(Vertigem+Coragem)
pra voar sem sair do chão
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Sinto-me encurralado
na guerra entre dois mundos
um me pertence
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o outro me devora
As pessoas, desse lado de cá
me julgam em cima do muro
mas
no
meu não muros
universo existem
Onde está a poesia?
Alguém recortou-lhe o espírito
e a colagem foge ao universo verbal
ilha de edição? Continentes, planetas..
Um poema hoje, não tem versos
são idéias puras
desvinculadas de toda fisicalidade possível
onde está o poeta?
Hoje ele se esconde
Medo de se tornar um “big”brother...Medo?
Hoje ele está disfarçado, por detrás das lentes,
ou de um pincel, um lápis ou um spray
pixando um muro, escrevendo numa carteira da sala de aula
ou mesmo escalando uma montanha, descendo um rio, surfando
escondido num túnel cinético de água, espuma e iemanjá
transveste-se como um palhaço, puro disfarce
porque já perdeu seu corpo, sua forma
sua função de não ter função
é o poeta ou o poema que já não tem corpo?
E que diferença isso faz?
Ele fala...
A poesia virtualizou-se numa constante reedição
num photoshop surReal
que é somente ouvido
por aqueles que tem olhos poéticos
(é preciso olhos bem abertos pra cheirar as sutilezas que a Terra geme)
A crueldade romântica libertou-se dos auto-flagelos sentimentalistas
agora ela é puro entusiasmo incondicional
e finalmente soltaram-se as amarras semânticas,
Cinestésicas, misturaram-se ao rio de tudo
o Amazonas da arte, que
despreparadamente organiza
a composição de uma bagunça
bagunça de sentidos, sublimando-se à foz, beijo no mar
beijo por inteiro, onda que se espatifa na areia
e dissolve-se... pouco a pouco nas correntezas inúmeras do devir
CapEta-lirismo... Capetalismo, consum-ismo; Kptal-ISMO
No sal conservam-se os infinitos “ismos”
que já não intensionam sequer significar
e no movimento de ruptura de uma onda que atravessa o oceano adentrando continentes e se misturando ao pulso da paisagem invisivelmente em silêncio absoluto eu... grito:
(((o que te motiva?)))
Uirá Felipe
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